Não quero mais esse vai e vem, essa intermitência do querer um
prazer tão assustador, tão displicente, que me aprofunda no meu não ser. Quero
desfazer esse mal feito que se plantou aqui. Ai de mim, se não refizer o meu
caminho. Ai de mim, se não reconstruir a minha estrada. Não quero ser isso, não,
nem perto disso. A minha janela verdadeira se quebrou e eu me ceguei ante às
outras portas. Não! Há algo errado. Quando meu pé pisou em falso, devia eu
saber consertar o passo. Não o fiz e andei por atalhos de campos minados. Pisei
em bombas. Ainda não me explodi, mas estou perto de tropeçar na granada. Eu sei
como encontrar o caminho do vale das flores, só preciso de uma força, e tal
força ainda não sei onde está. O que é congênito me é muito mais forte e
perverso. Socorro! Não, não, não! Eu mesmo buscarei a chave da felicidade. Eu
entrei no labirinto, eu sairei por mim mesmo. Eu sempre fui assim. Me
enrosquei, mas sempre achei a saída. Nada há de me cegar. Meu destino é maior
do que a vida!