
Hoje estou a ver navios. Escandalosamente sem rumo. Me sinto contraditoriamente atribulado e impotente.
Há tempos caminho de olhos vendados. Não sinto o chão. Estou cansado de tanta iminência de nada,
da ausência de setas, dessa névoa que me embaça a visão.
Existem, após o horizonte, turvas possibilidades, mas não as alcanço, parecem miragens. Quando penso
tocá-las, elas escorrem sorrateiramente para manter minha paralisia de emoções.
Sumiram-me os desejos, apagaram-se as chamas de ânimo. Por um longo tempo, pareço estar desprovido
de ânima.
Esvaíram-se as energias, empalideceram-me os dias, sinto, amiúde, minha mente vazia.
Já estive tão sobrepujado de vontades, desafios, idéias, sonhos, intenções...
Outros tempos...
Hoje me sinto como o eu poético de Arnaldo Antunes, a pedir socorro:
"Uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que sinta.
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva..."
Eu também...so que um pouco pior!=(
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