sábado, 29 de janeiro de 2011

Em Branco






Que é saber viver? Quais são minhas possibilidades? O que posso fazer? O que não posso? Se ao fazer sinto-me bem, porém depois sofro por ter feito, isso é bom ou não? Onde se guarda a lista dos preceitos morais da vida humana? Por que ela nos é tão vacilante? Como saberei quando estou dando passos em falso ou quando estou pisando firme? na verdade, qual é o meu itinerário? O mundo me dá pistas? A que leis obedece o meu viver? Como saber se sei? Como desvendar os sinais diários de vida?
Há uma dupla ou, talvez, múltipla presença de personas em mim. Uma me eleva transitoriamente a alucinações prazerosas e angustiantes; outra me imantiza  ao solo, me equilibra em meio a tantos conflitos internos.
Como achar a interseção? Será isso saber viver? Pouca e intensa é a vida. Pouca é a nossa sabedoria para decifrá-la. Carrego os dias como embrulhos que preciso entregar nalgum destino. Não sei de sua essência, só transporto sensações. Observo e escuto o mundo. Ele está a todo vapor, girando intermitente a conceder desafios perenemente. Talvez vivamos num eterno lusco-fusco. É preciso aprisionar os átimos luminosos, fazê-los correr por nosso sangue, nossas mentes, acumulá-los para compensar os blecautes. Como combater meus pontos fracos? Como consumir meus desesperos sem desesperar-me?
Não me avisaram nada quando cheguei aqui.

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