terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

É o que só lhe dão

                   


Todo homem é, antes de tudo, um solitário
Uns fazem o tipo angustiado, outros o deprimido
Alguns viram conchas, uns refugiam-se na excentricidade, outros preferem o alheamento
Muitos fingem normalidade, poucos, corajosos ou extremos covardes, rendem-se e sofrem até o fim
Boa parte até casa-se, mas não larga o habitual exercício da solidão
Os bons atores vendem-se como “Dons Juans”, encenam seus atos em praça pública e depois choram ao primeiro cerrar das cortinas
Os mais fracos não desperdiçam uma oportunidade de demonstrar toda sua carência inextinguível; e aqueles ainda mais fracos, de se flagelar
Não raro, se vê um que dissolve tudo em uísques ou similares
Há até os que se acalentam com a persistência do sonho irrealizável: o fim do fim de quem ama
De certo, há também o que escreve poemas durante a madrugada; o que canta no chuveiro; o que sempre viaja, a fim de compensar com “amizades” efêmeras e fotográficas; o que vira padre; o que toca violão; o que tenta suicídio, nunca para morrer, é claro; o que vira executivo e enlouquece de vez; o que extravasa nas cores de uma tela; o que acaba mendigo
Também há de se encontrar o que compra horas de satisfação carnal; o que se dedica, como que inevitavelmente, a obras benemerentes e há aquele que...
Enfim, há tantos e, tantos quantos forem, haverá suficientes estratagemas que jamais conseguirão desfazer tal situação.
Os ponteiros marcam: uma hora e vinte e cinco minutos da manhã de mais um dia.
                 

2 comentários:

  1. Há muito mais. É mais do que isso, mas ainda indecifrável.

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  2. Grande Cesar,
    naum sou muiiiiiiito adepito da leitura, mas...
    consegui lê ao menos o primeiro texto e pude perceber as sabias palavras escritas.

    desejo sucesso em seu blog e sua carreira,
    um forte abraço,

    Matemático.

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